Um filme problemático e superestimado
Vou evitar adicionar spoilers, apesar de não ser um filme novo, sei que existem algumas pessoas que ainda não assistiram.
Era pra ser um filme de romance? Não, o próprio filme nos mostra isso no início mas vai se criando um apelo muito forte nos protagonistas (principalmente “Tom” Joseph Gordon Levitt). Na verdade, esse é um clássico filme onde “um cara bonzinho” se apaixona por uma mulher “que o decepciona” no final, apesar de ser um ícone cult o longa é sim bastante problemático se analisar minuciosamente.
As pessoas confundem atração física com amor, e vem misturado de carência e dependência emocional… Tom estava muito tempo sozinho e “mergulhou de cabeça” ao conhecer Summer (Zoey Deschanel) ignorando completamente o fato de que ela não queria relacionamento.
Fica um sabor agridoce e com um toque de “incel”, afinal o Tom era tão legal porque ele não ficou com Summer? Simplesmente porque ela não quis, e tá tudo bem isso. O erro na verdade foi a criação de expectativa onde tinha traços desde o início que era incerto. Existe um diálogo no filme onde a Rachel (Chloe Grace Moretz – ainda criança) diz a seguinte frase “só porque ela gosta das mesmas coisas que você não significa que é o amor da sua vida”.
A verdade é uma só: esse filme muda as nossas percepções com o passar do tempo. Lembro de ter assistido quando lançou (eu era adolescente) e me identifiquei muito com Tom, ora com Summer também… assistindo novamente agora já adulto, tenho a percepção que na verdade todos os personagens deveriam fazer terapia nesse filme, principalmente Summer ao deixar a relação ir longe demais. Não existe vilão no filme, mas condições adversas que seriam resolvidas facilmente com psicologia.