Críticas Hora da Estrela (1985) Por Ricardo Rodrigues Se você...
Leia maisJá que está todo mundo falando de Emília Perez, decidi falar sobre o filme da Carla Perez (a “loira do tchan”) que fez um certo sucesso nos anos 90 e início dos anos 2000.
Apesar de ser realizado com baixo orçamento, ter atuações extremamente caricatas e engessadas, um roteiro pobre em diálogos, esse filme tem um lugar especial em trazer a primeira atuação da carreira de Lázaro Ramos (que hoje é considerado um dos grandes atores do Brasil).
A premissa é bem simples, focada na história da Carla Perez que é tratada como um conto de fadas, semelhante a história da cinderela… Carla teve uma
infância sofrida com a família no interior, mas conseguiu prosperar (tal qual cinderela) mas passou por várias dificuldades até alcançar o sucesso, no entanto, o filme foca mais em promover a “loira do tchan” do que em mensagens profundas e o tom dramático.
Sem querer dar spoilers, esse filme é uma mescla de influências cômicas principalmente dos “trapalhões” (programa clássico de comédia no Brasil).
Mesmo as cenas que se propõe em ser mais dramática, são tão absurdas que chegam a ser cômicas… O fato de Carla estar sempre dançando a todo
momento, enfatiza isso (deixando um ar de estranheza ao espectador). Por mais incrível que pareça, cinderela baiana é um filme que de fato foi realizado
no Brasil, por um diretor brasileiro, com atores brasileiros (diferente de Emília Perez, onde o diretor é Francês realizando um filme mexicano sem nenhum
ator mexicano no elenco).
O longa possui uma hora de vinte cinco minutos, mas a história é arrastada (o filme parece ter mais tempo que isso). A maioria das cenas são de dança –
focada na Carla Perez e com uma sonoridade péssima (ressalto novamente que o filme foi realizado com baixo orçamento. Uma prova disso é escrever o
próprio título errado, “bahiana” aparece com H).
Apesar as péssimas atuações, elas nos causam a intenção de verdade… Quero dizer, “o vilão” da história, tem a intenção de vilão – gritando , gesticulando, tal qual nos filmes e programas infantis. A mocinha da história (Carla) é simpática e bondosa, ficamos torcendo para que ela consiga superar os desafios que aparecem (diferente de Emília Perez, que as atuações são engessadas e não passam verdade ao espectador).
Os anos 90 e início dos anos 2000 foram praticamente um surto coletivo, quem viveu essa época sabe as coisas absurdas que passavam na televisão aberta (existia internet mas não era tão disseminada como hoje). Portanto, cinderela baiana além de ser nostálgico, é o puro suco dessa época. Se você quiser assistir, o filme está disponível integral no YouTube (com baixa resolução de imagem) mas é melhor do que assistir Emília Perez – um filme de musical com péssimas músicas, espanhol vergonhoso e situações de vergonha alheia.
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