Se você acha que não conhece nenhum filme nacional com jovens desajustadas e que sonham em melhorar de vida, você precisa assistir esse filme.
A hora da estrela é um filme homônimo do livro de Clarice Lispector, publicado em 1977 o livro conta a história de Macabéa, uma datilógrafa que migra para o Rio de Janeiro com seu dia a dia narrado por um escritor fictício. Entretanto, no longa-metragem sofreu algumas adaptações da obra literária: não vemos essa narração, a história se desenrola sobre a perspectiva da Macabéa e nós acompanhamos os eventos gradualmente, além do fato que Macabéa se muda para São Paulo.
Cabe ressaltar que esse filme foi o primeiro da diretora Suzana Amaral, que com maestria garante uma direção muito eficiente principalmente com a protagonista: Macabéa (interpretada por Marcélia Cartaxo) nos faz rir, chorar, se emocionar e com sua vida simples e repleta de questionamentos…
Dá vontade de abraçar Macabéa, de colocar dentro de um potinho e de proteger de todos os perigos… a atuação da Fernanda Montenegro (Madame Carlota) é breve, mas ao mesmo tempo impactante.
Me lembrou um pouco o filme Frances Há, onde ambas as obras têm mulheres quebradas que estão tentando sobreviver no meio do caos com leveza, e o espectador acompanha os sonhos, dificuldades e anseios das protagonistas.
Uma curiosidade sobre o filme: em maio de 2024, os cinemas brasileiros (re)exibiram a obra restaurada em 4K, e a Associação Brasileira de Críticos de Cinema nomeou “a hora da estrela” como um dos cem melhores filmes brasileiros de todos os tempos, se você ficou interessado e deseja assistir a obra, está disponível integralmente no YouTube (em uma qualidade mediana de imagem, pois trata-se de um filme de 85).