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Críticas

Maurice’s bar (2023)

Por Ricardo Rodrigues

Maurice’s bar (2023)

Maurice’s bar é um curta metragem de quinze minutos dirigido por Tom Prezeman e Tzor Edery, adota a técnica de animação quadro a quadro (cerca de 20 frames por segundo. Essa dedução atribuí ao notar que a animação não é extremamente fluída). 

Com traço volumoso e cheio de detalhes, que possui uma palheta de cor relativamente simples baseada em tons de cinza, preto, branco e vermelho: e as escolhas destas cores é estruturada para causar ao espectador uma sensação de intensidade, sensualidade (com erotismo que é muito presente) e principalmente tensão. A premissa é relativamente simples, mas o roteiro é complexo ao abordar as memórias de um bar QUEER que foi atacado por oficiais nazistas. 

Além de Maurice, conhecemos outros personagens (que não possuem nome) e somos apresentados à rotina do bar, que rolam flertes, shows de dança e performances, além de conversas descontraídas sobre a comunidade ao todo. Maurice é uma pessoa transgressora, havia tatuagens, era judeu e homossexual. Em1909 teve o bar atacado por fascistas que queriam repreender toda “degeneração” que o Bar representava, algo que infelizmente vemos nos tempos atuais. É importante que essas histórias sejam contadas, conhecer o passado para compreender o presente na intenção de que esses atos não sejam cometidos. Até hoje, o maior ato de rebeldia é a resistência nua e crua de uma comunidade que é o alvo da intolerância… Por alguma razão, o curta metragem me lembrou o ocorrido no “Ferro’s bar” aqui no Brasil no contexto da ditadura militar ocorrido em 1964-1985, o futuro repete o passado seja na França ou no Brasil. Maurice’s bar está disponível na Mubi, se quiser assistir vale muito a pena!

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