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Leia maisUma pergunta que causa muita comoção entre os fãs do gênero Horror, que inclusive já foi direcionada a minha pessoa é; “Se você gosta de filmes de terror com cenas gráficas de pessoas sendo torturadas e assassinadas, isso quer dizer que subconscientemente você gosta dessas coisas? isso te torna um psicopata?”. Por mais que seja uma pergunta extravagante e generalista para com nós fãs, não podemos esquecer que ainda existem pessoas que acreditam piamente em políticos e na igreja. Em sua maior parte a população conservadora. Porém, existe uma explicação mais lógica e científica do porquê nos deliciamos ao assistir esses tipos de filmes, e nos desafiamos cada vez mais a assistir coisas pesadas.
Desde sua origem no expressionismo alemão em 1920, com filmes como “O Gabinete do Dr. Caligari” e o famoso “Nosferatu” lançado em 1922, o gênero Horror foi criado como uma válvula de escape artística para lidar com as diversas comorbidades e problemas originados após a Primeira Guerra Mundial, uma época marcada por sentimentos de impotência, melancolia, e falta de perspectiva de vida, que durou entre 1914 e 1918.
O horror como gênero cinematográfico busca provocar medo ou desgosto em seu público, entretanto, seus atributos como gênero também pode ser encontrado em outros, já que sua principal característica é provocar tensão em seus espectadores. Por favor, não confunda horror com suspense, ou thriller, já que suspense não é um gênero do cinema e sim thriller, mas isso deixamos para outro momento.
Estamos falando de um gênero que explora a realidade e a surrealidade, que representa a necessidade por supressão, onde o horror mostrado em cena é interpretado com forma de expressar desejos desconfortáveis e perturbadores que precisam ser contidos. E sua definição está intimamente conectada à psicologia, assim como dizia o papai Freud, que afirmava que talvez suas namoradas serem idênticas a sua mãe não seja somente uma coincidência.
Em teoria, Freud descreve que o terror vem do “Inquietante”, um surgimento de imagens e pensamentos primitivos, em adição com uma sensação de angústia, confusão e estranhamento. O famoso filósofo grego, Aristóteles, introduziu o termo “Catarse” que se refere a purificação de emoções por meio de uma descarga emocional provocada por um trauma. Muito disso no terror se dá pela punição de representações sociais, como serial killers, predadores sexuais, familiares abusivos e agressivos, ex-namorados, jovens promíscuos, pessoas que machucam animais, entre outros.
O propósito dos filmes de terror, além da crítica social que a onda moderna têm nos mostrado, é realçar medos inconscientes, desejos, impulsos e arquétipos primitivos que estão enterrados fundo em nosso subconsciente coletivo. Em ambas as teorias, neste processo, liberamos emoções negativas ao assistir filmes com violência e outros tipos de cenas gráficas.
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