Lançado em 2012, Argo rapidamente se tornou um dos filmes mais discutidos da década, recebendo uma mistura de críticas positivas e negativas, mas conquistando, em última análise, uma grande aceitação tanto da crítica quanto do público. Dirigido e estrelado por Ben Affleck, o filme conta a história real da operação de resgate de seis diplomatas americanos durante a crise dos reféns no Irã, em 1979, e foi amplamente elogiado por sua habilidade de criar tensão e suspense.
A crítica especializada, de maneira geral, aplaudiu Argo por sua direção habilidosa e pela forma como Affleck conseguiu equilibrar a tensão de um thriller com momentos de humor e até ironia. Muitos destacaram a competência do diretor em transformar uma história complexa e histórica em uma narrativa acessível, que não perde o ritmo e mantém o espectador envolvido. A montagem de William Goldenberg foi igualmente elogiada, com o ritmo acelerado e os cortes rápidos contribuindo para uma sensação de urgência que permeia todo o filme.
A performance de Affleck como o agente da CIA Tony Mendez também foi considerada sólida, embora alguns críticos tivessem opiniões mais reservadas sobre a sua atuação. Embora sua interpretação tenha sido vista como competente, alguns apontaram que o ator não conseguiu explorar toda a complexidade do personagem, ficando um tanto aquém de outras performances do elenco de apoio. Alan Arkin, por outro lado, foi amplamente aclamado por sua interpretação afiada e carismática como o produtor de Hollywood que se envolve na operação.
No entanto, Argo não escapou de críticas. Alguns especialistas em cinema questionaram a precisão histórica do filme, especialmente no que diz respeito à simplificação de certos eventos e à maneira como o papel de outros países e de elementos da operação foi minimizado. A dramática “licença poética” tomada pelo filme, incluindo o papel de Hollywood na operação de resgate, foi vista por alguns como uma distorção da realidade para aumentar o apelo cinematográfico. Isso gerou um debate sobre o equilíbrio entre o entretenimento e a fidelidade histórica, com alguns acusando o filme de suavizar aspectos importantes da trama real para torná-la mais palatável para o público.
Além disso, apesar de ser uma produção de grande sucesso, Argo também foi criticado por ser um tanto convencional em sua abordagem do gênero de suspense. Alguns críticos sentiram que o filme seguiu um caminho previsível ao utilizar os elementos tradicionais de um thriller de espionagem, o que, para alguns, impediu a obra de alcançar um grau maior de profundidade ou inovação.
Por outro lado, o público foi amplamente favorável ao filme, aplaudindo a maneira como Argo conseguiu transformar um evento histórico complexo em um thriller emocionante e cativante. A tensão crescente ao longo do filme, combinada com o clima de incerteza e a iminente ameaça de violência, cativou o público e fez com que a obra se tornasse um sucesso de bilheteira. O fato de o filme ter sido bem recebido por uma audiência global também demonstrou sua capacidade de atrair pessoas fora do contexto norte-americano, ressaltando sua universalidade.
Em termos de impacto cultural, Argo não só conquistou diversos prêmios, incluindo o Oscar de Melhor Filme, mas também gerou discussões sobre a representação da história no cinema. Enquanto alguns elogiaram o filme por sua forma criativa de recontar um evento pouco conhecido, outros sentiram que ele simplificou a complexidade da história em detrimento da autenticidade.
No final, Argo permanece como um filme que, apesar das críticas mistas, conseguiu deixar uma marca indelével no cenário cinematográfico, sendo reconhecido como um exemplo de suspense bem construído e uma representação instigante de um episódio crucial da história moderna. O filme solidificou Ben Affleck como diretor e abriu portas para uma nova fase de sua carreira, ao mesmo tempo em que se tornou um grande sucesso de público e crítica.