Críticas Hora da Estrela (1985) Por Ricardo Rodrigues Se você...
Leia maisDavid Lynch, que infelizmente faleceu aos 78 anos de Enfisema Pulmonar, foi um dos diretores americanos mais instigantes e surrealistas do cinema americano. Tem alguns filmes difíceis e outros brilhantes. Nascido em Montana em 1946 e falecido em 16 de janeiro de 2025, fez muita coisa boa. O primeiro filme feito por ele, que aliás, é um filme de difícil digestão, é Eraserhead.
Ele começou a trabalhar nesse filme bem no começo dos anos 70, mas só foi lançado em 1977. É um terror surrealista, um filme cult que muita gente adora.
Outro filme que fez bastante sucesso foi Veludo Azul, com a sua musa Isabela Rossellini e Dennis Hopper. Seus filmes sempre são muito bem filmados e sempre causando incômodo, além de excelentes trilhas sonoras. Ele nunca fazia um filme convencional, sempre queria causar estranheza para provocar o seu público e conseguia isso muito bem.
Sua filmografia tem vários filmes, como Duna, de 1984, que recentemente ganhou um remake.
Em 1980, ele fez o Homem Elefante, um marco da sua carreira e um trabalho brilhante pelo qual ele vai ser indicado ao Oscar. Em 1990 teremos Coração Selvagem, com um excelente Nicolas Cage e Laura Dern no seu ápice. Além de William Dafoe num papel ótimo também. Ainda nos nos 90, ele faz a brilhante série Twin Peaks, que mudou a história da TV.
A profundidade dos personagens, numa cidadezinha em que nada acontecia, até, de repente, uma garota que era líder de torcida, é assassinada. Laura Palmer, uma menina boazinha, querida por todos. A história é muito estranha, e os personagens vão se revelando aos poucos. Todo mundo é esquisito na cidade. É uma série mais profunda, pois até então, as séries dos anos 70, dos anos 80, não se aprofundavam tanto nos personagens da história. Twin Peaks é uma das melhores séries. Tão incrível que depois vieram grandes séries trabalhando personagens com mais profundidade. O que não teria acontecido sem o trabalho de David Lynch. Depois vieram sucessos como Estrada Perdida e Uma história real, o mais convencional da sua filmografia. Uma história linda de um irmão que viaja, quase 500 quilômetros, em um cortador de grama para visitar seu irmão doente. Inclusive, o ator Richard Fensworth, que interpreta esse personagem, foi indicado ao Oscar, mas, infelizmente, não viu o filme sendo lançado. Em 2001, tem outro grande sucesso dele, Cidade dos sonhos, que se passa em Los Angeles e tem Naomi Watts entregando tudo. Em 2006, lança Império dos sonhos, que mesmo dividindo opiniões, é considerado grandioso e tido como arte na mais pura essência.
Em 2017 temos um retorno a Twin Peaks em uma nova versão da história.
Lynch tem uma filmografia muito interessante, com uma maneira muito peculiar de filmar, sempre com aquela estranheza, flertando com temas surreais sem se preocupar se o espectador entendeu.
O que interessava era que o filme fosse sempre uma experiência. Ninguém saía do cinema conversando sobre outro assunto. As pessoas ficavam realmente dias relembrando as histórias dos filmes dele, ou seja, isso é uma grande conquista para um cineasta. Fica aqui meu lamento em forma de homenagem, pelo falecimento de David Lynch. Fará muita falta para o cinema, pois como ele não há outro. Um caso único na história do cinema. Recomendo que assista aos filmes, principalmente se você quiser ter uma experiência única.
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