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Fernanda Montenegro e Fernanda Torres: Um Legado de Talento e Conexão Familiar

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Críticas Fernanda Montenegro e Fernanda Torres Um Legado de Talento e Conexão Familiar Por Danielle Delaneli Créditos: Folha UOL Fernanda Montenegro e Fernanda Torres são duas grandes figuras do teatro e do cinema brasileiro. Ambas têm umacarreira impressionante e são muito respeitadas na indústria cultural. Fernanda Montenegro é uma atriz consagrada, nascida em 1929. Ela é conhecida por seu trabalho em filmes como"Central do Brasil", que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Além do cinema, Montenegrotambém tem uma longa trajetória no teatro e na televisão, sendo um ícone da dramaturgia brasileira. Seu talento eversatilidade a tornaram um símbolo da arte no Brasil, e ela é admirada por sua capacidade de interpretarpersonagens complexos e emocionantes. Fernanda Torres, filha de Fernanda Montenegro, também é uma atriz talentosa, nascida em 1965. Ela se destacoutanto no cinema quanto na televisão, participando de várias produções de sucesso. Torres é conhecida por seutrabalho em filmes como "O Que É Isso, Companheiro?" e pela série de TV "Os Normais". Além de atuar, elatambém é escritora e já publicou livros que receberam elogios da crítica. As duas Fernandas compartilham não apenas o talento para a atuação, mas também um forte vínculo familiar, o queas torna ainda mais especiais no cenário cultural brasileiro. É bonito ver como a arte pode transcender gerações! Em tempos de isolamento social, muitas produções cinematográficas e televisivas enfrentaram desafios semprecedentes. No entanto, a série da Globo, "Amores Possíveis", encontrou uma oportunidade única ao reunirFernanda Montenegro e Fernanda Torres, mãe e filha, para gravar um episódio enquanto estavam em quarentenajuntas. Essa colaboração não só destaca a resiliência da arte em tempos difíceis, mas também a profundaconexão entre essas duas grandes figuras do teatro e do cinema brasileiro. A Trama de "Amores Possíveis”O episódio gravado durante a quarentena apresenta uma narrativa emocionante: uma mãe tenta esconder dafilha que a pandemia acabou, refletindo sobre os laços que se fortaleceram durante o isolamento. Dirigido porAndrucha Waddington, marido de Torres, o projeto envolveu toda a família na produção, incluindo filhos,sobrinhos e enteados do casal. A única contribuição externa foi de João Faissal, responsável pela fotografia eque passou por rigorosos testes de COVID-19 antes de se juntar à equipe. Fernanda Torres expressou suaemoção ao filmar com a família, ressaltando que essa experiência deixará saudades. Uma História de Parcerias Essa não é a primeira vez que as duas atuam lado a lado. Desde os anos 1980, Montenegro e Torres têmcolaborado em diversas produções, incluindo novelas como "Casa de Areia" (2005) e "As Filhas da Mãe" (2001).A trajetória delas é marcada por um forte vínculo tanto pessoal quanto profissional, que se reflete em suasatuações. Recentemente, ambas brilharam no filme "Ainda Estou Aqui", dirigido por Walter Salles e que representa o Brasil na corrida pelo Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Neste longa-metragem baseado na obrade Marcello Rubens Paiva, Torres interpreta Eunice Paiva, que assume o controle da situação após odesaparecimento do patriarca da família durante a ditadura militar. O filme já se tornou um sucesso de bilheteirano Brasil e coloca Fernanda Torres na rota para uma possível indicação ao Oscar, assim como sua mãe foiindicada em 1999 por "Central do Brasil". Uma Riqueza Cultural O legado que as duas Fernandas construíram ao longo dos anos é inestimável. Desde "Baila Comigo", ondeambas atuaram juntas pela primeira vez em 1981, até projetos mais recentes como "Fogo e Paixão", elas têmsido referências no teatro, cinema e televisão brasileiros. A relação entre Fernanda Montenegro e FernandaTorres transcende as telas; é uma celebração do amor familiar e da arte. Ao unir suas forças criativas novamenteem "Amores Possíveis", elas reafirmam o poder da colaboração artística em tempos desafiadores. Com umacarreira repleta de sucessos e uma conexão familiar inquebrável, essas duas talentosas atrizes continuam ainspirar novas gerações no Brasil e além. O futuro promete mais encontros emocionantes entre mãe e filha,sempre trazendo à tona histórias que tocam o coração do público. A Herança do Talento: Fernanda Montenegro e Fernanda Torres no Cinema As talentosas atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, mãe e filha, estão novamente em destaque noscinemas com o lançamento de "Ainda estou aqui", o mais recente filme do renomado diretor Walter Salles. Aliás,já compartilharam créditos em peças, novelas e filmes ao longo de suas carreiras. A relação entre as duas atrizesvai além do laço familiar; é uma ode ao talento que parece ser hereditário. Salles, que já trabalhou comMontenegro em "Central do Brasil" (1998) e com Torres em "Terra Estrangeira" (1995), traz à tela a profundidadeemocional que caracteriza suas obras. Para celebrar este novo lançamento e o aniversário de FernandaMontenegro, Vamos relembrar algumas das produções cinematográficas em que mãe e filha atuaram juntas: 1. Fogo e Paixão (1989): Esta comédia de baixo orçamento, dirigida por Isay Weinfeld e Márcio Kogan,apresenta participações especiais de ambas as atrizes. Enquanto Fernanda Montenegro interpreta umarainha, Fernanda Torres faz uma breve aparição como uma mulher comendo maçã. 2. O Que É Isso, Companheiro? (1997): Neste drama indicado ao Oscar de melhor filme internacional, dirigidopor Bruno Barreto, Torres brilha no papel da guerrilheira Maria, enquanto sua mãe vive a esposa de ummilitar. 3. Traição (1998): Inspirado nas crônicas de Nelson Rodrigues, este filme não só reúne mãe e filha comotambém conta com a co-direção de Cláudio Torres. Aqui, Fernanda Torres assume múltiplos papéis nascrônicas, enquanto Fernanda Montenegro faz uma participação especial. 4. Gêmeas (1999): Com direção de Andrucha Waddington, "Gêmeas" apresenta a colaboração entre FernandaTorres e seu marido, com a participação de Montenegro como a mãe das personagens interpretadas porTorres.5. Redentor (2004): Neste filme dirigido por Cláudio Torres, as duas atrizes dividem o papel da Dona Isaura emdiferentes momentos de sua vida, trazendo uma nova dimensão à personagem. 6. Casa de Areia (2005): Em outra colaboração com Andrucha Waddington, ambas aparecem na tela comomãe e filha, reforçando sua química natural. 7. Ainda Estou Aqui (2024): No mais recente projeto, elas compartilham o papel de Eunice Paiva. Este dramaconquistou prêmios no Festival de Veneza e promete emocionar o público com a atuação conjunta dessasduas gigantes do cinema brasileiro. A trajetória dessas

Os Subgêneros do Terror no Cinema

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Críticas Os Subgêneros do Terror no Cinema Por Sara Freitas O terror no cinema é um gênero vasto e cheio de nuances, que consegue explorar os mais variados medos humanos. Dentro dessa categoria, existem subgêneros que atendem a diferentes tipos de público, desde os fãs de sustos psicológicos até os que preferem cenas sangrentas e gráficos perturbadores.  Terror Psicológico Focado mais na tensão mental do que em sustos explícitos, esse subgênero aborda os medos mais profundos da psique humana. Exemplos notáveis incluem O Iluminado (1980) e Corra! (2017), que combinam suspense com críticas sociais e/ou conflitos internos.  Sobrenatural Quem nunca levou um susto com espíritos, demônios ou possessões? Esse subgênero faz uso de forças paranormais, espíritos ou demônios como seu foco principal. Filmes como Invocação do Mal (2013) e O Exorcista (1973) exploram o desconhecido e as forças além da compreensão humana.  Slasher Muito sangue, perseguições e um assassino que parece nunca morrer. Um dos subgêneros mais populares, especialmente nos anos 1980, o slasher se caracteriza por assassinos implacáveis perseguindo vítimas em cenários isolados. Filmes como Halloween (1978) e Sexta-Feira 13 (1980) são exemplos clássicos. Gore (ou Splatter) Marcado pelo uso gráfico de violência e sangue, esse subgênero provoca choque e repulsa. Um dos melhores exemplos desse subgênero é a franquia Jogos Mortais (2004) que fornece catarse para o espectador de certa forma, ao explicar o motivo de tanta brutalidade no final de seus filmes.  Found Footage Filmes que simulam gravações encontradas, trazendo uma sensação de realismo ao terror. A Bruxa de Blair (1999) e Atividade Paranormal (2007) ajudaram a popularizar esse estilo. Body Horror Um dos subgêneros mais perturbadores, o body horror lida com transformações grotescas do corpo humano, mutilações e doenças que desafiam a lógica natural. Obras como A Mosca (1986), de David Cronenberg, e Possessor (2020) e Hostel (2004) exploram o medo visceral de perder o controle sobre o próprio corpo, criando um impacto tanto visual quanto psicológico. Além disso, o subgênero tem sofrido alterações de acordo com as mudanças socioculturais do mundo, passando a representar a dismorfia corporal na qual a maioria da população sofre atualmente, sendo um dos maiores exemplos é o filme nominado ao Oscar, A Substância (2024) com Demi Moore e Margaret Qualley.  Folk Horror O Folk Horror explora o medo enraizado em tradições, rituais e mitologias locais, muitas vezes ambientado em áreas rurais ou isoladas. Esse subgênero cria um contraste entre o desconhecido e as práticas arcaicas, colocando os personagens diante de costumes que desafiam a lógica moderna. Exemplos clássicos incluem O Homem de Palha (1973) e, mais recentemente, Midsommar (2019). O Folk lida com o confronto entre o passado e o presente, provocando inquietação ao explorar até onde as crenças coletivas podem ir. Esse subgênero vem ganhando força nos últimos anos por sua capacidade de misturar críticas sociais com atmosferas opressivas. É especialmente eficaz em trabalhar com o medo do isolamento e do diferente, criando narrativas tanto assustadoras quanto fascinantes, principalmente lidando com as mudanças políticas drásticas e extremas que a camada conservadora tem sujeitado a sociedade, levando a população a acreditar que tais comportamentos arcaicos possam voltar.  Na próxima semana iremos abordar com profundidade no Projeto a Sala, o título de garota final, o título “a virgem”, e por fim o terror moderno. Até lá folks ! Leia Também Orfeu Negro Orfeu Negro: Entre a Beleza do Carnaval e as Sombras… Leia mais 03/03/2025 O Palhaço O Palhaço Por Danielle Delaneli “O Palhaço”, dirigido por Selton… Leia mais 01/03/2025 Um Filme de Cinema (2017) Um filme de cinema (2017) Crianças sendo crianças… Sem spoiler… Leia mais 25/02/2025 Cinema Paradiso Cinema Paradiso: Uma Ode à Magia do Cinema e à… Leia mais 19/02/2025 Cinderela Baiana (1998) Cinderela Baiana (1998) Um clássico do cinema brasileiro? Por Ricardo… Leia mais 18/02/2025 Carregar mais O Projeto A Sala afirma que todos os textos do site são de responsabilidade do próprio autor.

Chaves

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Críticas Especial: Chaves (1973-1992) Sobre chaves só existem 3 tipos de opções: amar, odiar ou quem não assistiu ainda. Com um pouco de spoiler Por Ricardo Rodrigues Chaves é um seriado que foi exibido no México no ano de 1973 e durou até 1992. Aqui no Brasil, estreou em 1984 teve muitas idas e vindas e atualmente (2025) compõe a grade do canal SBT.Basicamente, acompanhamos a vida do garoto órfão apelidado de “Chaves” – ninguém sabe ao certo o nome dele. Por se tratar de uma criança, existe muita inocência, brincadeiras e respostas afiadas… Com um núcleo vasto, repleto de personagens com personalidades distintas, acabam criando fluidez na temporada. Porque as pessoas gostam tanto de Chaves? (Vou listar algumas razões para responder esse questionamento) No espaço tempo, fazia sentido Quero dizer, anos 90 foram caóticos para a televisão brasileira (banheira do Gugu é um bom exemplo disso) e os anos 70/80 eram tão caóticos ou até mais. A maioria das pessoas não tinham o senso crítico que se tem hoje, muita coisa passava despercebido como “humor disfarçado”. Atuações boas Mesmo se tratando de adultos caracterizados de crianças, as atuações eram boas e fluidas, principalmente o personagem “seu madrugada” que parece ser um brasileiro na meia idade. Baixo orçamento com resultado satisfatório A maioria dos episódios de Chaves ocorrem em um cenário ou dois no máximo, mesmo a locação e cenografia limitada não impede que o episódio seja ruim, garante um ar verossímil principalmente porque representa muitas casas de famílias brasileiras naquele período. Roteiro intrigante As piadas, atuações e improvisos eram certeiros. Em algumas cenas era possível notar inclusive a própria equipe rindo (mesmo usando background de risadas, conseguimos notar risos reais dos bastidores) e as situações eram cômicas que de fato os atores “se arriscavam” muito, um clássico exemplo é os famigerados tapas que a dona Florinda dava principalmente no seu madruga. Mensagens de vida? Se engana quem acha que chaves “não tem nada a ensinar”, por se tratar de uma série dos anos 70/80 existia sim uma preocupação com “lições de moral”. E existem vários momentos da série que são comoventes.  E quem não gosta, o que tem a dizer?São algumas razões, todas o oposto das mencionadas acima:  Adultos interpretando crianças? A caracterização fica grotesca principalmente ao passar dos anos, na década de 90 (que não chegou a ser exibido aqui no Brasil pelo SBT) notamos isso com força. O corpo muda e o tempo passa, ficando realmente esquisito os adultos interpretarem personagens infantis. Politicamente incorreto? Tem alguns episódios que fazem “piada” com homofobia, dando a entender que ser gay fosse a coisa mais absurda do mundo. Outra questão problemática também é o personagem “seu barriga” que devido ao nome e seu porte físico, sofre gordofobia constantemente por todos os personagens, entre outras coisas que obviamente não cabem aos dias atuais. Roteiro preguiçoso Vários episódios são readaptados, ou seja, contados de uma maneira diferente, alterando pouca coisa do roteiro e várias piadas do roteiro também não fazem sentido, ficando algo desconexo. Figurino limitado Praticamente em todas as temporadas, o figurino dos personagens não muda, exceto um detalhe ou outro. A impressão que causa ao expectador é que os personagens não tomam banho. Violência excessiva? Principalmente no primeiro ano, os episódios eram caóticos do tipo “tiro porrada e bomba” (mas sem tiros e bombas). Todos apanhavam e era “bem explícito”, ou seja, não era algo muito agradável de se ver. As ofensas iam além da agressão física, iam para a violência verbal também (ofensas, mas sem falar palavra de baixo calão).  Análise rápida dos principais personagens: Seu Madruga  Pai solo (viúvo) de uma menina, faz alguns bicos mas não tem emprego fixo e não consegue pagar o aluguel.  Chiquinha Filha do Seu Madruga, esperta e sempre com a língua afiada mas respostas.  Chaves  Órfão, mora em um barril e vive se metendo em confusões diversas. Quico  Filho único muito mimado pela mãe. Dona Florinda  Viúva tipicamente classe média no Brasil que tem “aversão” a pobre (se acha rica mas não é). Professor Girafales  Típico homem “bom e sério”, na verdade paquera a mãe do aluno e é arrogante, se acha melhor que os outros. Seu Barriga  Dono da vila, cobra aluguel das pessoas e sempre acaba apanhando “sem querer” do chaves. Dona Clotilde  Uma mulher que nunca se casou, tem um crush no seu madrugada mas nunca é correspondida.  Conclusão do autor: Por mais que seja algo nostálgico, não é a minha primeira opção de assistir. Acredito que acabou envelhecendo demais e não vejo graça (ainda mais com o senso crítico que tenho hoje, não consigo “dar risada” das situações mostradas), mas, para quem quiser assistir ou tiver curiosidade é possível pelo aplicativo SBT+ (gratuito no Google play) e também no YouTube encontra alguns episódios disponíveis. Se você é fã de Chaves, tem um canal no YouTube que recomendo, chamado “vila do chaves”. O apresentador (Renan Garcia) faz vídeos bem explicativos sobre curiosidades diversas e informações sobre o seriado. Os vídeos são bons e apresentam roteiro e pesquisa de qualidade.  Leia Também Orfeu Negro Orfeu Negro: Entre a Beleza do Carnaval e as Sombras… Leia mais 03/03/2025 O Palhaço O Palhaço Por Danielle Delaneli “O Palhaço”, dirigido por Selton… Leia mais 01/03/2025 Um Filme de Cinema (2017) Um filme de cinema (2017) Crianças sendo crianças… Sem spoiler… Leia mais 25/02/2025 Cinema Paradiso Cinema Paradiso: Uma Ode à Magia do Cinema e à… Leia mais 19/02/2025 Cinderela Baiana (1998) Cinderela Baiana (1998) Um clássico do cinema brasileiro? Por Ricardo… Leia mais 18/02/2025 Carregar mais O Projeto A Sala afirma que todos os textos do site são de responsabilidade do próprio autor.

Tributo a David Lynch

David Lynch, que infelizmente faleceu aos 78 anos de Enfisema Pulmonar, foi um dos diretores americanos mais instigantes e surrealistas do cinema americano. Tem alguns filmes difíceis e outros brilhantes. Nascido em Montana em 1946 e falecido em 16 de janeiro de 2025, fez muita coisa boa. O primeiro filme feito por ele, que aliás, é um filme de difícil digestão, é Eraserhead

Reality+ (2014)

Críticas Reality+ (2014) Coralie Fargeat plantou a sementinha de “the substance” e você nem sabia … Por Ricardo Rodrigues @imaginealgolegalaqui Leia Também Orfeu Negro Orfeu Negro: Entre a Beleza do Carnaval e as Sombras… Leia mais 03/03/2025 O Palhaço O Palhaço Por Danielle Delaneli “O Palhaço”, dirigido por Selton… Leia mais 01/03/2025 Um Filme de Cinema (2017) Um filme de cinema (2017) Crianças sendo crianças… Sem spoiler… Leia mais 25/02/2025 Cinema Paradiso Cinema Paradiso: Uma Ode à Magia do Cinema e à… Leia mais 19/02/2025 Cinderela Baiana (1998) Cinderela Baiana (1998) Um clássico do cinema brasileiro? Por Ricardo… Leia mais 18/02/2025 Carregar mais SEM SPOILER! Reality+ é um curta metragem da diretora de “the substance” (Coralie Fargeat). Apesar de não ter cenas explícitas graficamente, o curta nos causa questionamento sobre aceitação, padrão de beleza e também sobre relacionamentos com as pessoas. No curta, somos apresentados a um futuro distante, onde as pessoas adquirem um chip e podem ter a aparência que quiserem. É nessa jornada que conhecemos Vicent, um homem comum de aproximadamente 40 anos que compra essa experiência.  Vicent altera rosto, corpo e voz ao ponto de ficar dentro de um padrão de beleza padrão… Mas acaba voltando a ser comum após 12h, que é o período máximo que o chip suporta. Vicent é um homem solitário e de certa forma, triste. Com a nova versão “Vicent+” fica mais confiante, seguro, sociável a ponto de atrair olhares por onde passa. Durante a noite (após o efeito das 12h passarem) Vicent vai até o terraço do prédio que mora, e encontra sua vizinha que fica a admirando de longe. Acontece que Vicent – assim como nós, está inserido em um sociedade que exige um padrão de beleza inalcançável a maioria de nós, essa pressão social nos causa incômodo, a ponto de realizar alterações no corpo para ficar bem consigo mesmo. Claro que, no curta metragem uma hora “dá ruim” em Vicent, ao mesmo tempo, nos leva a refletir: e se simplesmente aceitarmos quem somos? Vicent chamou atenção da vizinha uma vez com a sua aparência real e foi correspondido, logo, poderia deixar de ser totalmente solitário. Esse curta metragem de 22 minutos na verdade nos causa reflexão, e sim, lembra bastante a série “black mirror”. Apesar de ser realizado antes de 2020, notamos “traços da época”, muito CGI aplicado e provavelmente feito em Chroma Key. Possui ângulos de câmera médios, e primeiro plano também (o que garante uma imersão no espectador). Quanto ao roteiro, a premissa simples é cativante (junto com o dinamismo rápido, realmente não vemos o tempo passar ao assistir o longa) atuações boas e convincentes, nos prendem a atenção do início ao fim. O humor está presente, mas de maneira sutil (apenas em algumas cenas específicas).  Não sei afirmar ao certo se esse filme foi o início do “the substance” mas tem vários aspectos em comum e com certeza por se tratar do trabalho da Coralie Fargeat, creio que “the substance” é o “Reality+ versão estendida e com imagens explícitas”. Se eu pudesse avaliar o curta em uma nota de zero a cinco, daria 3. No IMBD o curta possui a nota 7,5 de 10. Se você quiser assistir, está disponível no prime video e na mubi. O Projeto A Sala afirma que todos os textos do site são de responsabilidade do próprio autor.

Filmes de 2024 que podem ter escapado do seu radar

Críticas Filmes de 2024 que podem ter escapado do seu radar Por Larissa Blanco @filme.da.semana Um novo ano se inicia, com lançamentos no cinema de filmes que, bom, não necessariamente são de 2025. A distribuição de filmes no Brasil é um tópico à parte e não é exatamente o que eu quero falar hoje aqui, mas não é incomum algumas obras demoram um pouco para chegarem aqui.  No texto de hoje quero dar diquinhas para vocês, de três filmes que foram lançados nos cinemas brasileiros no ano de 2024, ainda que em circuitos limitados, e por isso podem ter passado despercebidos. Mas se vocês forem procurar mais sobre eles vão ver que são filmes de 2023, por isso dei aquela introdução ali em cima. Eu queria uma desculpa para falar de três filmes aleatórios e achei que esse tema faria sentido. Mas vamos lá. O sabor da vida (La passion de Dodin Bouffant, dirigido por Tran Anh Hùng) Disponível no Prime Video Esse filme ficou meio famoso em algumas bolhas cinéfilas por ter sido a escolha da França para o Oscar 2023 ao invés de “Anatomia de uma queda”. E eu acho que isso não ajuda na popularidade dele. Mas eu adorei esse filme, ele é ótimo para quem, como eu, adora ver vídeo de gente cozinhando. Metade dele é isso, um grande ASMR de uma cozinha vintage, um pornô de comidas sendo preparadas, algo que algumas pessoas podem achar meio chato, mas que pra mim é o diferencial do filme. A outra metade envolve um romance entre os dois protagonistas numa fase tardia da vida. Ele é um chefe de cozinha renomado, convidado a cozinhar para o rei. Ela é seu braço direito, quem põe a mão na massa para tornar os pratos realidade. Eu achava que essa história ia por caminhos diferentes, mas gostei bem mais do que ele de fato é. E não assistam de barriga vazia. Meu amigo robô (Robot dreams, dirigido por  Pablo Berger) Disponível na Mubi “Robô selvagem” não foi o único filme emocionante com protagonista metálico que me fez chorar em 2024, e acho esse fato curiosíssimo. “Meu amigo robô”, uma animação espanhola que se passa na Nova York dos anos 80, com um traço todo vintage, e sem nenhuma linha de diálogo é daqueles filmes que fazem você perceber que a arte transcende a barreira de qualquer idioma. A história, povoada de animais antropomorfizados, acompanha um cachorro solitário que compra um robô companheiro. O filme passa longe de comentários sobre assistentes inteligentes ou da nossa dependência da tecnologia, esse não é o ponto aqui. O que importa é a amizade que surge entre o cão e o robô e o que acontece quando são bruscamente separados. Uma análise sincera e profunda de como nossos relacionamentos nos moldam e de como a vida nos transforma.  A natureza do amor (Simple comme Sylvain, dirigido por Monia Chokri) Disponível na Reserva Imovision Esse filme toca num ponto que eu, particularmente, não gosto muito, que é a infidelidade. Mas mais do que colocar o ponto de vista na protagonista pra gente sentir o que ela sente e não se sentir culpado por torcer pelo adultério, eu gosto de como o filme discute o que é amor, e porque esse sentimento é importante pra gente. E o romance é bem bom também, uma coisa dos opostos se atraem, gostei bastante. Espero que vocês gostem de pelo menos um desses filmes 🙂  Leia Também Orfeu Negro Orfeu Negro: Entre a Beleza do Carnaval e as Sombras… Leia mais 03/03/2025 O Palhaço O Palhaço Por Danielle Delaneli “O Palhaço”, dirigido por Selton… Leia mais 01/03/2025 Um Filme de Cinema (2017) Um filme de cinema (2017) Crianças sendo crianças… Sem spoiler… Leia mais 25/02/2025 Cinema Paradiso Cinema Paradiso: Uma Ode à Magia do Cinema e à… Leia mais 19/02/2025 Cinderela Baiana (1998) Cinderela Baiana (1998) Um clássico do cinema brasileiro? Por Ricardo… Leia mais 18/02/2025 Carregar mais O Projeto A Sala afirma que todos os textos do site são de responsabilidade do próprio autor.

Babygirl (2024)

Críticas Babygirl (2024) Um estudo de desejo e poder, entre sensualidade e complexidade Por Valentina Almeida @valentilhas Babygirl, dirigido por Halina Reijn, se propõe a explorar as dinâmicas de poder e desejo de uma maneira bem provocativa, centrada em uma perspectiva feminina. A história segue Romy (Nicole Kidman), uma mulher de meia-idade que embarca em um relacionamento dominador/submisso com Samuel (Harris Dickinson), um colega mais jovem. O filme, embora tenha suas falhas, oferece algumas reflexões interessantes sobre sexualidade e poder, principalmente quando considerado o cenário cultural atual. O filme se destaca em momentos como as cenas entre Kidman e Dickinson, que exploram a dinâmica de poder e desejo com confiança, comunicação e consentimento, enquanto tentam entender a dinâmica complicada entre seus personagens. A sensualidade e a complexidade são notáveis, especialmente na cena de dança ao som de “Father Figure” de George Michael. No entanto, o roteiro falha em manter um ritmo constante e, em alguns pontos, se torna previsível e genérico, com personagens como o marido de Romy, Jacob, sendo pouco desenvolvidos (que desperdício de Antonio Banderas). Mesmo assim, o filme oferece uma reflexão interessante sobre a sexualidade feminina e a maneira como as mulheres são muitas vezes vistas pelos olhos dos homens. Nicole Kidman dá uma performance profunda como Romy, explorando a vulnerabilidade e a complexidade de sua busca por controle e entrega. Sua atuação transmite a tensão entre o desejo de dominação e a vontade de se render, tornando a personagem muito mais do que uma simples busca por prazer. Mas quem me surpreendeu mesmo foi Harris Dickinson, que me impressiona desde Triângulo da Tristeza (2022). Aqui ele se destaca como Samuel, trazendo uma performance de insegurança que enriquece ainda mais a dinâmica entre os dois. Ele comanda a tela de forma impressionante, com um brilho nos olhos e um sorriso que reconhece o quão absurdo é o personagem que ele precisa ser para atender aos desejos de Romy. Embora Samuel não tenha um histórico detalhado, Dickinson consegue entregar muito com o que o filme oferece. A trilha sonora de Cristobal Tapia de Veer, que também trabalhou em The White Lotus, é um ponto positivo, ajudando a criar uma atmosfera sensual e tensa. A cinematografia é boa, mas o ritmo mais lento em alguns momentos pode afastar alguns espectadores. Sobre o filme em si? Ele cresceu em mim à medida que o tempo passava. Não traz novidades sobre o desejo feminino, mas quando o risco e o tabu são introduzidos, a trama se torna mais interessante, explorando as raízes desse desejo sem recorrer aos clichês de trauma infantil. Embora seja um filme sexy em vários momentos, ele se destaca mais como um estudo de personagem, apesar de algumas repetições no enredo. No fim das contas, Babygirl não é o filme mais revolucionário, mas é uma tentativa interessante de olhar para a sexualidade feminina de uma forma mais complexa e menos superficial. Mesmo com alguns tropeços no caminho, o filme se destaca pelas ótimas performances de Kidman e Dickinson e por conseguir trazer à tona temas que, apesar de não serem totalmente novos, são discutidos de uma maneira mais madura e reflexiva. É um filme que vale a pena assistir e debater, especialmente no momento em que vivemos, em que a sexualidade e o empoderamento feminino estão ganhando cada vez mais espaço no cinema. O Projeto A Sala afirma que todos os textos do site são de responsabilidade do próprio autor.